sexta-feira, 27 de abril de 2012

O Filho Pródigo


O filho de um dos fundadores de uma organização terrorista. Um ambiente indissolúvel de guerra. Um povo ansioso pelo combate. Uma prisão. Depois uma escolha, depois outra, e outra. O mulçumano convicto que passa por duas conversões totalmente inesperadas é Mosab Hassan Yousef, o protagonista da história real narrada por ele mesmo no livro “O Filho do Hamas”, uma obra literária de tirar o fôlego.
Depois de ser o dedicado filho mais velho do xeique Hassan Yousef, Mosab, um jovem palestino que anseia seguir a carreira dedicada e religiosa do pai, decide se envolver na guerra em que todo o seu povo já está envolvido: militando contra Israel, que domina os territórios palestinos. Seu pai é um dos fundadores do Hamas, um movimento islâmico de resistência fundado em 1986, a partir de um encontro secreto com o objetivo de “mobilizar o povo palestino a fazê-lo entender a necessidade de independência sob a bandeira de Alá e do islamismo” (pg. 35). Como qualquer outro palestino, Mosab desejava ser um herói, ter armas, ser temido e defender a bandeira do seu povo. Por isso começou atirando pedras em colonos israelenses e depois de adquirir uma arma, foi parar na prisão. E recebeu uma proposta que mudou sua vida.
Em “O Filho do Hamas”, o leitor se depara com uma possibilidade duplamente milagrosa. Um palestino que aceita ser espião do Shin Bet – serviço secreto interno israelense. E que, depois de descobrir as boas intenções de Israel e a insanidade das facções terroristas, descobre a Bíblia e as palavras “amai vossos inimigos”. O resultado é sublime e assustador. Nas páginas escritas por Mosab, ficamos cara a cara com uma história de genuína conversão, com alguém que descobriu a verdade sobre seu povo, sua religião e, principalmente, sobre si mesmo.
É uma grande experiência mergulhar na vida deste palestino e acompanhar sua afeição pelo pai, a habilidade de, silenciosamente, salvar milhares de vida, a coragem de ter duas vidas perigosas ao mesmo tempo e, principalmente, sua grande sinceridade. Sinceridade é a palavra chave para esta obra e para seu autor. No livro, Mosab não tem meias palavras, é extremamente leal ao que pensa e aos fatos que viu como espião durante anos.
Com um enredo cheio de espionagem policial e situações “entre a vida e a morte”, o livro que não nos faz sentir falta de um romance, traz uma mensagem cheia de esperança: o conflito de povos milenares tem solução, assim como os nossos conflitos pessoais tem solução. E é uma pessoa: Jesus Cristo de Nazaré. O homem que andou pelo Oriente Médio por pouco mais de 30 anos, seus ensinos, suas palavras, sua vida é, irremediavelmente, nossa única solução. fonte revista impacto